Ponto Final Belvedere Bruno Naquela manhã, caminhando pela orla, admirava o céu azul e sentia o cheiro de maresia, relembrando cenários de infância. Catar conchinhas, procurar tatuís, fazer castelos na areia...Subitamente, fui tirada do paraíso pelo som insistente do telefone celular. - Senhora Ana Clara Cardoso? - Sim. - Venha urgente ao hospital da área sul da cidade, pois seu filho, Carlos Maurício, foi atingido por uma bala perdida. Gritei um não como se fosse explodir. Desde então, aquelas malditas palavras martelam minha mente e dilaceram o que restou de meu coração. Três anos... Morta estou para todo o sempre. Recuso-me a falar, a ouvir e a pensar que exista um mundo que vibre lá fora se nele não há mais o sorriso de meu filho. belvedere
Enviado por belvedere em 04/11/2007
Alterado em 06/10/2010 |