Cara de paisagem Não é tudo que cansa na vida. O que cansa é a falta de perspectiva, a estagnação. Caminhar vendo os mesmos cenários, sentindo os mesmos aromas, ouvindo os mesmos sons. O que cansa é o lamuriar eterno, a cegueira espiritual,o incessante "não" às alegrias da vida. Reciclar-se, é a tônica.Respirar novas fragrâncias, aceitar desafios, sentir frio na barriga... É como dar a volta por cima na mesmice nossa de cada dia. Temos rotinas necessárias à vida, fato inquestionável.O que coloco é um não à acomodação ,um sim à busca de novos valores e interesses. Cresce-se em todas as etapas da vida. Ninguém fica escalado para ser exemplo de imutabilidade. Há tempo para tudo, sim. Persistir em padrões ultrapassados, paralisantes, é cercear a liberdade natural da busca pelo auto-aprimoramento. Sinto urgência em crescer, ver o mundo lá fora. Percorro novos caminhos, aceito desafios. Consigo equilibrar o sim e o não nesta altura da vida. Sorvo delícias que não posso contar, pois essas, vivenciam-se! Não aceito estacionar.Celebro agora alegrias e ,é claro, driblo decepções com maestria. Tudo é vital para mim. Não penso em tão cedo me aquietar, se isso implica um cessar de crescimento. Caminhando pela areia, à beira-mar, cato conchinhas, e sorrio , sem nenhuma nostalgia, relembrando fragmentos de infância que, agora, afagam o coração. Em meu quarto, ouço jazz, sorvendo Amaretto em taça de cristal. Celebro a felicidade. Ultrapasso barreiras. Digo não à "cara de paisagem"! belvedere
Enviado por belvedere em 07/11/2005
Alterado em 03/04/2006 |