Análise crítica de Maria Limeira - Poema Rosas Pálidas
ROSAS PÁLIDAS
Um texto de Belvedere Bruno (Análise crítica) Maria José Limeira A escritora Belvedere Bruno é uma boa prosadora. (Seus textos em prosa são verdadeiramente deliciosos). Mas, quando escreve poemas curtos (os tais "curtinhos", como chamamos), os resultados são bons, do mesmo jeito. Muita gente se engana com os tais "curtinhos", achando que por utilizar poucas palavras, são poemas fáceis de fazer. Aí é onde mora todo o perigo. E Poesia não é tapioca que, virou, mexeu, fica pronta... Ah-ah! Em minha família, corre uma história que diz assim: Minha mãe, cansada de olhar para o filho mais novo desempregado, aparentemente sem futuro, deu-lhe o seguinte conselho: "-Meu filho, já que você não dá pra nada, e nem sai do canto, vá ser padre..." Pois bem. Em Poesia, ninguém pode dizer assim: "Ô meu filho, já que você não sabe escrever, vá fazer poemas curtinhos..." Ah-ah! Não aceite este conselho, querido candidato a escritor. É melhor mudar de ramo do que ficar enchendo a caixa de mails dos amigos com curtinhos que não valem a pena e são somente reuniões de palavras sem sentido. Xaropadas! Que tal "esperar florescer", como diz Belvedere? Bem. Mas, vamos ao que interessa. Este texto de Belvedere Bruno, "Rosas pálidas" é interessante porque enfoca justamente o cansaço que às vezes nos domina, de ver sempre tanta coisa ruim acontecendo, que nos paralisa e desanima. A saída é retirar os "espinhos" ou as "rosas pálidas" do buquê deixando apenas os botões, e aguardar o florescer... É um texto simples, escorrido. Diz a que veio em poucas palavras, sem mais delongas. Guarda muito da filosofia da Prosa de Belvedere. Apesar de escrito na primeira pessoa, expõe o sentido universal do Eu, que somos Nós, no caso, elevando o texto ao plano social. Sob este prisma, parece um texto engajado. (Maria José Limeira é escritora e doce jornalista democrática de João Pessoa-PB). ............ Rosas pálidas Belvedere Bruno Retirei do buquê a rosa pálida. Nada queria que me lembrasse tristezas, nem frustrações em cadeia. Refiz o buquê, deixando apenas os botões. Decidi aguardar o florescer.
belvedere
Enviado por belvedere em 07/08/2007
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